Quem é Deus?

Passo a Passo para o Reino de Deus

Parte 2 - Capitulo 7

Quem é Deus?

Uma das grandes afirmações da Bíblia é a existência de Deus, apresentado em toda sua extensão como uma trindade santa: Pai, Filho e Espírito Santo – “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um” (1 João 5.7). Afirmado isso com muita clareza ela inicia já em Gênesis mostrando quem é este Deus e com base em toda a Escritura fica ainda mais nítido muitas coisas que poderiam ser usadas para compreender quem de fato é o nosso Deus. Podemos começar a compreender quem é Deus em Gênesis 1, e começaremos por ele: 

“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas. Então Deus disse: “Haja luz”, e houve luz”. (Gênesis 1.1-3)

Deus é o ser criador de todas as coisas, o ser que já existia antes mesmo de criar o tempo e mesmo não vivendo com base no nosso tempo o influencia a ponto de poder fazer o que quiser dele (tempo) e de todas as coisas e criaturas que criou. Para compreender melhor quem é esse Deus precisamos antes de tudo colocar sua existência infinita acima de todas as coisas e criaturas que ele criou. Assim nada pode ser mais perfeito do que aquele que criou o que chamamos de perfeição, pois a base de tudo que é perfeito veio de Deus. Notamos como ele é a base quando lemos que “Deus criou” e sabendo que nada do que existe existia antes dele podemos com toda certeza afirmar que a base para sua criação foi o próprio Deus.

Sendo assim o espaço não pode ser tão infinito quanto Deus, o oceano não pode ser tão profundo quanto aquele que o criou e nenhum animal pode ser mais feroz e bonito do que aquele que foi a base principal para tudo que existe. Não nos esqueçamos do homem, por mais belo, sábio e rico que possa ser ele jamais chegará a ver o início de um Deus que supera todas as suas criações, eis o local onde Deus está, acima de todas as coisas criadas por ele mesmo.

O Catecismo Maior de Westminster traz como resposta a esta pergunta a seguinte reflexão:
“Deus é espírito, em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, infinito em poder, sabedoria, santidade, justiça, misericórdia e clemencia, cheio de bondade e verdade."
A Bíblia não nos ensina apenas quem é Deus, ela nos mostra detalhes de sua divindade, partes que Deus escolheu revelar sobre si mesmo. Dentre todas citadas acima vamos nos concentrar em apenas três delas que vão abrir os nossos olhos quanto a existência de Deus.

A – Deus é infinito
Infinito aqui não se refere apenas ao tempo, Deus é infinito em todas as suas características, ou seja, em todo o seu ser. Sua bondade e justiça são infinitas e assim todas as características não podem ser medidas, não há como contar o poder de Deus. Podemos ter apenas uma breve luz de como ele utiliza, porém, compreender por completo seria impossível ao homem. O livro de Jó registra alguns traços de sua infinitude.

“Acaso você pode desvendar os mistérios de Deus e descobrir tudo sobre o Todo-poderoso? Esse conhecimento é mais alto que os céus, e o que você pode fazer? É mais profundo que o abismo, e o que você pode saber? É mais vasto que a terra e mais amplo que o mar. Se Deus passa e prende alguém ou convoca o tribunal, quem pode detê-lo? Pois ele conhece os falsos e registra seus pecados.” (Jó 11.7-11)

Imensurável Deus que temos. Infinito em todas as suas qualidades. Ele está em todos os lugares e vê todas as coisas e pessoas e sua existência é muito maior do que podemos calcular; com apenas um olhar ele julga o ímpio no tempo que ele quiser e conhece cada pessoa na terra. Seríamos todos condenados se apenas considerassem os nossos pecados, porém assim como a sua justiça o seu amor é infinito, sobre isso Davi escreveu: “Ó Senhor, tu és tão bom, tão pronto a perdoar, tão cheio de amor por todos que te buscam. Ouve minha oração, Senhor e atende a meu clamor”. (Salmos 86.6-7). E Asafe no Salmos 73 confirma que: “Certamente Deus é bom para Israel, para os que têm coração puro”. (v. 1)

Saiba meu irmão que Deus é infinito! Grande demais, porém, próximo demais do ser humano, ele está ao seu alcance e você pode o buscar, assim como Davi cantou Deus é “cheio de amor por todos os que o buscam”.

B – Deus é Justo
Tudo que sabemos ou, o pouco que experimentamos em relação a justiça não pode ser comparado com a justiça de Deus, isso porque ele não apenas usa a sua justiça como é de fato a sua própria justiça. Se pensarmos em um Deus criador dos céus e da terra precisamos compreender que também escreveu ou definiu o que podemos chamar sem medo de justiça, cabe porém aqui uma advertência, a justiça do homem não consegue chegar à sombra da justiça de Deus.

A justiça dos homens pode ser moldada, manipulada; Deus porém está muito acima disso. Ele é Justiça, 100% perfeita. Sobre isso Moisés nos ensina:

“Ele é a rocha, e suas obras são perfeitas; tudo que ele faz é certo. É um Deus fiel, que nunca erra, é justo e verdadeiro!” (Deuteronômio 32.4)

A base de toda justiça precisa ser levantada naquele que é a rocha! Ele é a fonte de justiça que nunca se corrompe e todos que bebem dessa água estão seguros! Deus é justo o tempo todo, por isso Moisés o chama de rocha, ele é firme, é base segura para construir alguma coisa, é seguro e estável. Sobre essa rocha Jesus ensina em Lucas 6.47-48 quando diz: “Eu lhes mostrarei como é aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. Ele é como a pessoa que está construindo uma casa e que cava fundo e coloca os alicerces em rocha firme. Quando a água das enchentes sobe e bate contra essa casa, ela permanece firme, pois foi bem construída”.

Basta, porém, sair dessa rocha para que tudo comece a dar errado, nos versos 15-22 de Deuteronômio 32 podemos ver um exemplo claro das consequências terríveis de tentar construir algo sob o nosso próprio senso de justiça, leia:

“Mas Jesurum não demorou a engordar e se rebelar; o povo se tornou pesado, corpulento e empaturrado! Então abandonaram o Deus que os criou, fizeram pouco caso da Rocha de sua salvação. Provocaram seu zelo, adorando deuses estrangeiros; despertaram sua fúria com ídolos detestáveis. Ofereceram sacrifícios a demônios que não são Deus, a deuses que não conheciam, deuses novos, sem história, deuses que seus antepassados jamais temeram. Abandonaram a Rocha que os gerou, esqueceram-se do Deus que os fez nascer. O Senhor viu isso e se afastou, provocado à ira por seus filhos e filhas. Disse: “Eu os abandonarei; veremos o que será deles! Pois são uma geração perversa, filhos infiéis. Provocaram meu ciúme adorando coisas que não são Deus; despertaram minha ira com seus ídolos inúteis. Agora, provocarei seu ciúme com uma gente que nem sequer é povo; despertarei sua ira por meio de uma nação insensata. Pois a minha ira arde como o fogo e queima até as profundezas da sepultura. Devora a terra e todas as suas colheitas e incendeia os alicerces dos montes”.

C – Deus é misericordioso e longânimo
Vimos o quão infinito nosso Deus é e que sua justiça é sempre fiel, qualidades que poderiam amedrontar qualquer ser humano e de fato temos motivos para isso uma vez que não conseguimos ser sempre justos e ele sim. Se enxergássemos Deus usando apenas estas duas óticas faríamos das pessoas nada mais que escravos amedrontados, e de fato, muitas igrejas fazem isso com seus membros. Porém sendo Deus infinito em todas as suas qualidades ou como chamamos, atributos, precisamos conhecer bem a sua bondade, misericórdia e longanimidade, afinal como filhos ele não nos trata como escravos, Deus preza pelos seus filhos e isso é visto em todos que compreendem o que as escrituras dizem a seu respeito. Vamos entender um pouco sobre isso agora. 

Precisamos compreender antes de tudo que Deus é infinito em sua justiça e nos demais atributos, na verdade ele está infinitamente longe de ser como um homem e próximo o suficiente para sentir misericórdia e amor pelos seus filhos, essa informação seria suficiente para acabar com centenas de seitas espalhadas pelo mundo, Deus é amor e este amor se manifesta em seus filhos todos os dias.

“Então o Senhor desceu em uma nuvem, ficou ali com Moisés e anunciou seu nome, Javé [YHWH]. O Senhor passou diante de Moisés, proclamando: “Javé! O Senhor! O Deus de compaixão e misericórdia! Sou lento para me irar e cheio de amor e fidelidade. Cubro de amor mil gerações e perdoo o mal, a rebeldia e o pecado. Contudo, não absolvo o culpado; trago as consequências do pecado dos pais sobre os filhos”. (Êxodo 34.5-7 - Inserção [YHWH] minha)

Embora infinitamente justo, Deus é completamente misericordioso com aqueles que se arrependem. Embora a consequência do pecado possa ser cobrada na próxima geração há aqui a certeza de que ele sente as nossas dores, que demora em irar-se ainda que tenha motivos para isso. A justiça de Deus cobra o pecado do homem até mesmo nas próximas gerações, porém a sua bondade garante que arrependendo ele seja perdoado e salvo. Entenda a extensão do amor de Deus, a sua justiça o leva a punir o homem do seu pecado e a sua misericórdia o leva a salvar o homem da condenação eterna.

--- [Cabe aqui a explicação da parte b do verso 07 que lemos acima. Nele lemos Deus declarando: “Cubro de amor mil gerações e perdoo o mal, a rebeldia e o pecado. Contudo, não absolvo o culpado; trago as consequências do pecado dos pais sobre os filhos”. Eis um texto muito usado por pessoas mal intencionadas e que gostam de prender outras pessoas com suas ameaças cristãs, mas lendo-o corretamente conseguimos compreender perfeitamente o que Deus está dizendo a Moisés.

Muitas pessoas usam esse texto para afirmar que filhos herdam maldições dos pais, segundo eles Deus castiga os filhos pelos pecados dos pais, porém uma olhada novamente no texto vai abrir nossa mente para o que ele está dizendo, para isso vamos separar o texto por um momento:

A - Cubro de amor mil gerações e perdoo o mal, a rebeldia e o pecado;
B - não absolvo o culpado; trago as consequências do pecado dos pais sobre os filhos.

Deus não pode culpar os filhos pelos pecados dos pais uma vez que lá no passado ele perdoou os pais através da confissão e do arrependimento, temos portanto pais perdoados sofrendo consequências do pecado. O que significa a parte B do nosso exemplo então? Apesar de perdoar os nossos pecados isso não nos faz isentos das consequências do pecado, podemos nos arrepender e sentir muito pelo pecado que cometemos, porém, ele terá consequências assim mesmo. Foi o que aconteceu a Moisés, embora tão próximo de Deus ele não pode entrar na terra prometida por ter desobedecido a Deus como vemos no texto abaixo:

“Será assim porque vocês dois quebraram minha confiança diante dos israelitas nas águas de Meribá, em Cades, no deserto de Zim. Não honraram minha santidade para os israelitas. Por isso você verá a terra de longe, mas não entrará na terra que dou ao povo de Israel”. (Deuteronômio 32.51-52 / ref. Números 20.1-13)

Para compreender melhor este ponto extra do texto pense muito bem naquela mulher pega em adultério citada em João 8. Imagine o contexto em que os filhos dela cresceram. Não sabemos se ela teve ou não, mas é apenas um exemplo para compreendermos como o nosso pecado de hoje pode ser observado amanhã.] ---

Enfim, conhecer a Deus é uma das coisas mais difíceis e de fato nós nunca conheceremos ele em toda sua extensão, porém apenas os detalhes sobre o nosso Deus nos faz reconhecer que ele é soberano em todas as coisas e que tudo que ele faz é justo e nenhum dos seus planos serão ou poderão ser frustrados. Quantas características sobre esse Deus você têm percebido ao longo de toda caminhada cristã meu irmão(ã)? Tenho certeza de que ainda iremos aprender e experimentar muito mais da sua soberana vontade, graça, justiça e amor.

Em amor, Devair S. Eduardo




(versões bíblicas utilizadas: ARC 1995 / NVT – Ed. Mundo Cristão / NAA - SBB)

em processo de correção ortográfica...

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