O Deus Feroz


O Deus feroz

A visão mais difundida de Deus na atualidade está relacionada ao amor e à misericórdia. Essa visão é propagada por um povo dividido em pelo menos três classes. A primeira é formada por aqueles que usam a imagem sempre bondosa e milagrosa de Deus para obter algum lucro com a religiosidade. A segunda é composta por aqueles que se sentem ameaçados diante de uma sociedade indiferente a Deus e a tudo o que Ele ensina na Bíblia, e tentam suavizar essa visão mostrando apenas a bondade e o amor de Deus, com o objetivo de convencer o maior número possível de pessoas. A terceira classe é formada por aqueles que, de forma semelhante, sentem medo de mostrar o lado mais duro e feroz de um Deus que age com justiça e pune aqueles que atravessam seu caminho sem ouvir suas palavras.

No entanto, ao abrirmos a Bíblia, temos acesso à visão de um Deus que pode ser tanto humilde e amoroso, tardio em irar-se, quanto um Deus feroz e determinado a aplicar sua justiça àqueles que não ouvem suas palavras e O desprezam como se fosse um deus de barro ou uma invenção humana.

O Deus de justiça e ferocidade é frequentemente alvo de críticas de ateus em todo o mundo, sendo acusado de ser o responsável por atrocidades e mortes na atualidade. No entanto, será que podemos atribuir essa culpa ao Criador do Céu e da Terra? Será que Ele, como criador, pode ser responsabilizado pelas ações de suas criaturas? É importante refletir sobre essas questões antes de tirar conclusões precipitadas.

Muitos cristãos, com medo dos inimigos de Deus, acabam deixando de cumprir aquilo que o próprio Deus, o Deus de amor e guerra, ordena para seus escolhidos. Infelizmente, essa atitude acaba enfraquecendo a fé e dando uma vitória psicológica aos inimigos de Deus.

No entanto, podemos aprender mais sobre esse Deus verdadeiro e nos encorajar a enfrentar as adversidades da vida, nos tornando mais fortes e perseverantes. Devemos confiar em sua justiça e misericórdia, lembrando que Ele mesmo colocará seus inimigos sob seus pés no tempo certo.

Se compararmos a ferocidade humana com a divina, veremos que o homem age por instinto pecaminoso, quase sempre sem se preocupar com justiça ou igualdade, e temos diversos exemplos disso na história da Terra. Até mesmo os piores casos de guerra atuais são consequências de pessoas que agem por conta própria. Infelizmente, alguns desses casos são erroneamente atribuídos a Deus, mas precisamos separá-los para compreendê-los. Deus não age como o homem, e as piores histórias da Terra são feitas por homens que não ouviam as palavras de Deus e, portanto, não podemos culpá-Lo por nada do que aconteceu.

Acontece que as pessoas muitas vezes são vítimas de si mesmas, e quando isso acontece, elas não buscam a Deus para se livrar, mas sim outras pessoas como elas, que geralmente assumem o poder e cometem os mesmos erros. É como confiar na política para salvar o Brasil: saem os corruptos e entram outros para continuar o ciclo de corrupção bem previsível entre os homens. Sendo assim, não temos o direito de culpar Deus pelos nossos atos, afinal Ele não age como nós e quando não buscamos agir como Ele, o resultado é sempre catastrófico. De forma geral, as maiores atrocidades e atitudes detestáveis são consequência do próprio pecado.

Temos exemplos na bíblia de pessoas no poder agindo de forma cruel e feroz, geralmente contra o próprio povo e na maioria dos casos contra o povo de Deus. Certa vez o rei Nabucodonosor enviou um recado ao próprio povo dizendo do seguinte:
 
Quando ouvirem o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do pífaro e de ouros instrumentos musicais, prestem-se no chão para adorar a estátua de ouro levantada pelo rei Nabucodonosor. Quem não obedecer será lançado de imediato na fornalha ardente! ”. Portanto, ao som dos instrumentos musicais, todos, não importando sua raça, nação ou língua, se prostraram no chão e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor havia levantado. Alguns dos astrólogos, porém, foram ao rei e denunciaram os judeus. ” (Daniel 3.5-8 – NVT)

Babilônia era um reino que, desde o início, buscou ser grande e admirada pelo resto do mundo. Logo no início, tentou construir a maior cidade do mundo, conforme relatado em Gênesis 11: "Vamos construir uma cidade com uma torre que chegue até o céu, para que fiquemos famosos e não sejamos espalhados pelo mundo". De fato, Babilônia era uma cidade bastante desenvolvida, mas agia de maneira cruel contra aqueles que não aceitavam suas regras. Em contraste, Deus permitia que os povos não o adorassem, embora fossem excluídos de suas bênçãos. Aqueles que foram exterminados por Deus sofreram apenas quando atrapalharam seus planos, ameaçaram seus filhos ou agiram de forma tão pecaminosa que provocaram a ira divina. É importante lembrar que, embora Deus permitisse essa atitude de rebeldia, todos esses povos estão excluídos das bênçãos vindouras por terem escolhido adorar deuses criados pela mente humana. Na atualidade, temos péssimos exemplos de governantes agindo da mesma forma e até mesmo uma cultura de idolatria, onde quem está dentro está salvo, mas quem não concorda é esquecido ou até mesmo exterminado. Essas coisas não acontecem apenas porque Deus permite, mas são uma das consequências do pecado.

Quanto ao povo de Deus envolvido nesse processo, seja hoje ou no passado, vemos um Deus que luta com justiça e não com fúria, fazendo com que todos os seus inimigos sejam derrotados. Antes disso acontecer, Ele deixa vários motivos para que este povo rebelde não pereça, mas se arrependa e seja salvo. No final das contas, ir contra Deus e seus mandamentos é o mesmo que estar morto antes de começar a batalha. E quanto àqueles filhos de Deus que foram mortos por amá-lo, eles estão todos vivos (Mateus 10.28). Esses e os demais que aguardaram a volta de Jesus enquanto viveram na terra estão separados para o grande dia, quando Deus irá revelar sua ira de forma completa, como descrito: “Depois disso, vi uma imensa multidão, grande demais para ser contada, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro. Eles usavam vestes brancas e seguravam ramos de palmeiras. E gritavam com grande estrondo: ‘A salvação vem do nosso Deus, que está sentado no trono, e do Cordeiro!’ (...) Então um dos anciãos me perguntou: ‘Quem são estes vestidos de branco? De onde vieram?’. Eu lhe respondi: ‘Senhor, tu sabes’. E ele disse: ‘São aqueles que vieram da grande tribulação. Lavaram e branquearam suas vestes no sangue do Cordeiro’” (Apocalipse 7.9-10, 13-14 – NVT).

Portanto, temos a segurança de que, mesmo sofrendo em nosso tempo, não morreremos para sempre e estaremos vivos aqui na terra ou com Deus no céu. Agora, vamos apresentar algumas sinceras demonstrações de como Deus agiu com justiça e fúria contra aqueles que se tornaram seus inimigos e do seu povo na história bíblica.

1 – O Grande Dilúvio (Gênesis 6-7)

Houve um período misterioso na terra, do qual não temos muitos detalhes além do que foi relatado por Moisés, embora eu acredite que esses relatos sejam limitados em relação ao que realmente pode ter acontecido. Neste ponto, a humanidade já havia se desenvolvido e vivido por muitos séculos após a queda de Adão e Eva. Fico pensando se não foram milênios, já que Moisés só recebeu uma parte importante sobre esse acontecimento. É possível que a humanidade tenha alcançado até mesmo o que somos agora, com todos os avanços e, quem sabe, tecnologias iguais ou superiores. O que é impressionante, no entanto, é que, após todos esses anos, séculos ou talvez milênios, essa população se afastou de Deus de tal maneira que apenas a família de Noé era temente a Ele. Isso fez com que Deus se arrependesse de ter criado e colocado o homem na terra, como temos no relato de Moisés:
 
 "O Senhor observou quanto havia aumentado a perversidade dos seres humanos na terra e viu que todos os seus pensamentos e seus propósitos eram sempre inteiramente maus. E o Senhor se arrependeu de tê-los criado e colocado na terra. Isso lhe causou imensa tristeza. O Senhor disse: 'Eliminarei da face da terra esta raça humana que criei. Sim, e também destruirei todos os seres vivos: as pessoas, os grandes animais, os animais que rastejam pelo chão e até as aves do céu. Arrependo-me de tê-los criado'. Noé, porém, encontrou favor diante do Senhor" (Gênesis 6.5-8 – NVT).

Certamente, poderíamos atribuir culpa a Deus por ter acabado com toda a vida na Terra, deixando apenas uma família que prestava culto a Ele. No entanto, toda aquela geração veio de Adão e Eva e, portanto, eram adoradores de Deus em algum momento da história. Eles escolheram abandoná-lo por vontade própria, seguindo seus próprios pecados. Não temos acesso a documentos que mostrem o quanto Deus tentou trazer esse povo de volta, ou mesmo se Noé pregou a fim de que aquela geração pudesse se arrepender e voltar ao Deus verdadeiro. O que vemos aqui é um Deus vendo Sua própria criação seguindo o curso contrário àquilo que Ele tinha definido para a raça humana. Provavelmente Ele tenha tentado, já que demonstra tamanha tristeza e arrependimento ao ver Sua criação definitivamente entregue ao pecado, tornando-se assim uma verdadeira ameaça para a criação divina. Eu chamo esse evento de "Reset", quando algo que criamos não dá certo e precisamos começar novamente. Podemos dizer, então, que Deus matou inocentes no evento do dilúvio? Creio que não, pois se eles tivessem pelo menos se arrependido e voltado ao caminho verdadeiro, teriam sido poupados. Além disso, sabemos que a perversão daquela geração foi tamanha que fez com que um Deus se arrependesse de tê-los criado.


2 – A guerra dos 300 (Juízes 6-8)

A guerra dos 300 teve início quando o povo de Israel, não apenas uma vez, pecou contra Deus, voltando-se para outros deuses. Como resultado, Deus os entregou nas mãos dos midianitas por sete anos, um povo tão cruel que os israelitas tiveram que se esconder nas montanhas, cavernas e fortalezas para se proteger. Essa situação levou Israel ao caos e destruição, com suas plantações constantemente destruídas. Mas Deus estava observando tudo e, assim que seu povo clamou por socorro, respondeu imediatamente. Como registrado em Juízes 6.6: "Os midianitas reduziram Israel à mais absoluta pobreza, e o povo pediu socorro ao Senhor."

De uma maneira geral, Deus sempre castiga seu povo aqui na Terra, não porque ele sente prazer ou porque ele é mal, mas porque o povo de Deus geralmente aprende através da dor. Mesmo tendo Jesus como nosso salvador, Deus ainda age da mesma maneira. Ele não apenas castigou severamente o povo de Israel, que a essa altura estava adorando Baal e Aserá, mas também subjugou outros povos que agiam de forma contrária à sua vontade. É possível que a corrupção desses povos tenha provocado a ira de Deus. Ele usou um povo cruel para castigar o povo de Israel, para que se voltassem a Ele. Em seguida, usou Israel para mostrar aos povos vizinhos que um Deus verdadeiro estava observando-os. Em vez de permitir que Israel lutasse com seus vinte e dois mil homens, Deus reduziu-os a trezentos para mostrar que eles dependiam apenas Dele. Como descrito pelo autor: "Se eu deixar todos vocês lutarem contra os midianitas, Israel se vangloriará diante de mim, dizendo que se libertou por própria força." (Juízes 7.2b - NVT). Portanto, Deus retomou a ideia de que um povo deve depender unicamente Dele e não de suas próprias forças. Isso é ensinado hoje nas igrejas e também pelos evangelhos de Jesus.

Deus colocou à prova a fé e coragem de trezentos homens que enfrentaram exércitos tão numerosos que cobriam os vales como uma nuvem de gafanhotos, formados por guerreiros de Midiã, Amaleque e outros povos do leste. Segundo a escritura, os inimigos eram tantos que seus camelos eram como os grãos de areia da praia, impossíveis de contar. A narrativa é tão emocionante que supera qualquer episódio de Game of Thrones. Deus agiu de tal forma que fez os exércitos inimigos ficarem tão amedrontados que lutaram entre si e grande parte acabou morrendo em campo sem sequer enfrentar os trezentos guerreiros de Gideão.

Neste trecho, vemos Deus aplicando sua justiça no povo de Israel e julgando povos vizinhos que adoravam falsos deuses e não ouviam seu chamado. Alguém poderia dizer que Deus foi injusto? Não, a condenação estava prevista para aqueles que persistissem na idolatria e no pecado. Portanto, a responsabilidade é do indivíduo que não quis seguir o caminho de Deus. Deus está apenas executando a justiça como sempre foi anunciado que faria. Em vez de culpar Deus, seria mais sensato mudarmos nossa própria direção e nos tornarmos parte de sua família.

3 – Elias e os profetas de Baal (1 Reis 17)

Elias, um dos mais notáveis profetas do Antigo Testamento, é conhecido por sua história de depressão e por seus atos corajosos, incluindo profetizar contra uma nação inteira devido ao pecado de seu líder, Acabe, salvar a vida de uma viúva faminta e ser levado ao céu por um redemoinho. Antes de ser levado embora, Elias enfrentou sozinho, em duas etapas, os profetas de Baal e Aserá no Monte Carmelo. Ele desafiou os profetas do deus falso a clamarem a Baal para que descesse fogo do céu e queimasse uma oferta feita no local.
Por volta do meio-dia, Elias começou a zombar deles: “Vocês precisam gritar mais alto”, dizia ele. “Sem dúvida ele é um deus! Talvez esteja meditando ou ocupado com outro lugar. Ou talvez esteja viajando, ou dormindo, e precise ser acordado!” Então gritara mais alto e, como era seu costume, cortaram-se com facas e espadas, até sangrarem. Agitaram-se em transe desde o meio-dia até a hora do sacrifício da tarde, mas não houve sequer um som, nem resposta ou reação alguma.” (1 Reis 18.27-29 – NVT).

Aqui, vemos a ira de Deus prestes a castigar os falsos profetas que levaram o povo de Deus à idolatria e incluíram novamente o culto a Aserá e Baal no meio deles. No entanto, além do juízo divino, ele está mostrando razões práticas para não crermos em deuses criados pela mente humana, como aqueles 850 profetas faziam. A correção aqui foi punitiva para os falsos profetas e corretiva para o povo de Deus, e mais uma vez Deus realizou duas coisas de uma só vez. Enquanto todo o povo assistia os falsos profetas falharem e provavelmente se sentia envergonhado, Elias ordenou que cavassem buracos em volta do altar e o enchessem com água, tornando ainda mais difícil a possibilidade de ação de um deus falso, caso ele não fosse poderoso o suficiente.

Estou citando apenas uma parte da narrativa bíblica para mostrar que Deus sempre se revela ao seu povo e, consequentemente, a outros povos que estão por perto. É muito provável que, naquele momento do ritual, existissem pessoas de outros povos, mesmo que o texto narre apenas o povo de Israel. Isso ocorre porque o foco aqui é o povo de Deus, mas é pouco provável que o evento não tenha chegado ao conhecimento de outras nações e povos. Elias, naquele mesmo dia, demonstrou quem é o nosso Deus ao clamar por Ele e ter recebido do céu fogo suficiente para queimar todo o altar com a água e o novilho. Após mostrar ao povo quem era o seu Deus, Elias executou todos os 850 profetas, como diz o texto:

“Então Elias ordenou: ‘prendam todos os profetas de Baal. Não deixem nenhum escapar!’. O povo os prendeu, e Elias os levou para o riacho de Quisom e ali os matou” (1 Reis 18.40 – NVT).

Esses mesmos eventos acontecem hoje, mesmo que a presença de tantos falsos profetas polua a verdade. É bem óbvio que Deus age no meio do seu povo e muitos que ainda não tomaram uma decisão por Ele sentem medo só de imaginar que um dia Ele irá voltar!

Novamente destaco que, apesar de o povo de Deus sofrer por opressão política e guerras terríveis, quando eles clamam pelo socorro divino, Deus os ouve com tanto poder que nenhum de seus inimigos até hoje sobreviveu. Essa é uma vitória que poucos comemoram porque, quando Deus executa sua justiça, até mesmo seus filhos sentem medo. É possível que, se víssemos isso hoje, sentiríamos pena de nossos inimigos. Então, por que o povo de Deus se sente tão acuado nos dias de hoje na batalha contra Satanás e a favor do que Jesus ordenou que fosse feito?

Existe algum motivo para que fiquemos em casa com medo de falar sobre perdão, pecado, salvação ou condenação? Quero deixar claro aqui que nossa mensagem não deve ser exclusivamente sobre pecado e condenação. No entanto, pregar a salvação pela graça e o arrependimento sem tocar no assunto do pecado é um tanto quanto estranho, já que um lado exclui o outro. A regra geral adotada atualmente é que tudo é relativo e quase nada é pecado. Isso é um erro grotesco de uma teologia que se preocupa mais com os números do que com a verdade, mais com os riscos do que com o céu. Isso absolutamente não reflete em nada o que Jesus fez na terra enquanto cumpria seu ministério.



Talvez vejamos Jesus não como ele é descrito no Novo Testamento e sim como alguns líderes querem nos mostrar. Mas, comparado ao antigo testamento o Deus apresentado no novo é quase o contrário, o que geralmente causa conversas desnecessárias entre os menos instruídos. Deus não deixou seu temperamento feroz, ele começou a tratar o homem de dentro para fora, mas com a mesma ferocidade de sempre. Se anteriormente ele os matavam e os enviavam ao inferno, agora ele os despedaça espiritualmente e os deixa vivos para verem que estão de fora de seus planos.

Basta lembrarmos de Jesus chegando ao templo e vendo o que acontecia no local: "fez um chicote de cordas e expulsou a todos do templo. Pôs para fora as ovelhas e os bois, espalhou as moedas dos negociantes no chão e virou as mesas" (João 2.15 – NVT). Ou ainda, quando ensinando aos discípulos sobre a missão aqui na terra, disse as marcantes palavras: "Não imaginem que vim trazer paz à terra! Não vim trazer paz, mas a espada. Vim pôr o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra. Seus inimigos estarão em sua própria casa" (Mateus 10.34-36 – NVT). Quando disse tais palavras, ele se referia à divisão entre aqueles que se dedicariam a Deus em contraste àqueles que o negariam, tais pessoas estariam próximas, como vemos hoje em nossa sociedade.

Estas não foram as únicas palavras afiadas do mestre, mas apenas algumas para que você veja que mesmo não combatendo em corpo, ele estava presente em palavras e estas muitas vezes mais afiadas do que uma espada. Bem longe da visão de um homem triste e cabisbaixo, como algumas imagens tentam mostrar, existe um Deus tão feroz quanto amoroso, que não perde tempo com seus inimigos quando estes entram em seu caminho. Ele está vivo hoje tanto quanto esteve na época do Antigo Testamento! Basta quinze minutos de leitura do livro Apocalipse para notarmos que o que os espera no futuro será muito pior do que o presente. Isso não é para que fiquemos acuados e amedrontados, mas para que saibamos que esta vitória pertence a mim e a você que sofre, mas não desiste, que é constantemente atacado, mas nunca será derrotado!

Talvez a demora esteja justamente em mostrar ao povo que ainda não o conheceu quem Ele é, como acontecia nos tempos em que suas histórias alcançavam outros povos e nações, e que se mostravam salvíficas em alguns casos. É o que Pedro entendia quando pensava no tempo de Deus e na aparente demora em aplicar Seu julgamento no mundo, um tempo para que alguns desses "inimigos" pudessem perceber que estavam errados e, quem sabe, serem salvos por Ele. Como Pedro nos lembra: "E lembrem-se de que a paciência de nosso Senhor permite que as pessoas sejam salvas" (2 Pedro 3.15a – NVT).


O Deus feroz hoje!

Temos a certeza de que Deus, no Antigo Testamento, é o mesmo que é retratado no Novo Testamento e que Ele continua a proteger e agir no meio do Seu povo. Ele nos protege quando estamos ameaçados e nos castiga e ensina quando merecemos. Talvez esta seja a marca da justiça que mais assusta. Apesar de nos amar com amor eterno, quando precisamos aprender, sentimos o quanto Ele pode ser sério e feroz. 
 
Ele não nos abandona ou destrói, mas nos ensina muitas vezes no meio do caos e extingue nossos inimigos quando estes se mostram uma ameaça para o Seu povo. E isso não é tudo o que Ele fará. Muito em breve, Ele voltará e terminará o que começou. Ele age ainda hoje, mas não mais do que no futuro, quando exterminará todos aqueles que não quiseram ouvi-Lo, dando-lhes tempo para que nenhuma de suas ações seja injustificada, mas sim um elemento da justiça divina contra um povo que se comporta de forma rebelde desde o início.

Se precisas de um testemunho para ter confiança em um final feliz, saiba que Deus já venceu todos os meus inimigos e fez com que eu e minha família crescessemos e enfrentássemos todos os desafios com a certeza de que nunca estaríamos sozinhos. Estamos aqui, enquanto as pessoas que se levantaram contra nós foram esquecidas. Deus não apenas demonstrou isso com nossos inimigos, mas muitas vezes permitiu que passássemos por dificuldades para nos preparar e nos colocar de volta em Seus caminhos. Cada passo vencido nos tornou ainda mais fortes.

Sabemos que estamos sempre protegidos, essa é uma certeza que ninguém pode nos tirar. Mas outros estão à mercê deste mundo e do julgamento que muito em breve será uma realidade absoluta para eles. Por mais que nos sintamos impotentes, não podemos atrasar ou evitar o que virá pela justiça de Deus. Então, o que faremos? Temos hoje para tentar evitar e, quem sabe, salvar alguns, como Pedro nos exorta a fazer. Este é o ministério que Ele deixou para nós: ir e pregar as boas novas do evangelho, antes que seja tarde demais.

Que esta pequena demonstração de amor e fúria faça de você mais forte, sabendo que Ele sempre nos ouve e age em nosso favor, seja nos protegendo ou nos ensinando. Não tenha medo! Diante disso não há motivos para temer o que nos pode acontecer, nada é mais forte do que ele e ninguém que se levante contra ele ou um dos seus filhos conseguirá vitória!

"Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:11-15 - NVI).

Em coragem, Devair S. Eduardo!


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