Como encontrar uma boa Igreja

igreja-no-campo-wallpaper-15961Umas das perguntas que me fazem com mais frequência é: “como encontrar uma boa igreja?” Está questão adquiriu mais significado nos últimos anos por causa do impacto maciço do televangelismo em nossa cultura.
Em muitos casos, o louvor foi substituído pelo entretenimento, e a comunhão transformou-se em individualismo. Tendo em vista esses desenvolvimentos culturais, é fundamental que os cristãos conheçam os ingredientes de uma igreja saudável e bem equilibrada.

O primeiro sinal de uma igreja saudável e equilibrada é um pastor comprometido em liderar a comunidade de fé no culto a Deus por meio da oração, do louvor e da pregação. A oração está entrelaçada no “tecido” do culto de tal forma que seria inimaginável ter uma reunião da igreja sem ela.
Desde o inicio da igreja primitiva, a oração é a principal forma de adorar a Deus. Por meio da oração, temos o privilégio de expressar adoração e gratidão ao único que nos salvou, santificou e que um dia nos glorificará. Na verdade, nosso Senhor mesmo estabeleceu o padrão ao ensinar a seus discípulos o Pai nosso (Mt. 6.9-13).

O louvor é outro ingrediente chave do culto. As escrituras nos incentivam a falarmos entre nós “com salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (Ef. 5.19). Cantar salmos é uma forma magnifica de interceder, instruir e de internalizar as escrituras. Além disso, os grandes hinos de fé resistem ao tempo e são ricos em tradição teológica e verdade. Cânticos espirituais por sua vez, transmitem o vigor da nossa fé. Portanto, é fundamental preservarmos tanto o respeito por nossa herança espiritual quanto uma consideração pelas composições contemporâneas.



Juntamente com a oração e o louvor, a pregação é necessária para experimentarmos um culto vibrante. Como Paulo incentivou seu protegido Timóteo: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceiras nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos.” (2Tm 4.2-3).

Mas uma vez, os líderes da igreja devem gerar em seus membros uma fome pela palavra de Deus. Pois é pela pregação da palavra que os crentes são edificados, exortados, encorajados e preparados. Além disso, uma igreja saudável e bem equilibrada caracteriza-se por sua unidade. Cristo rompe as barreiras de gênero, raça e experiência, e nos torna um só sob a bandeira de seu amor. Essa unidade se manifesta de modo tangível pela comunhão, pela profissão de fé e pela contribuição.

A comunhão é visível no batismo, que simboliza nossa entrada em um corpo de crentes que são um em Cristo. É um sinal e um selo de que fomos sepultados para nossa velha vida e ressurgimos em novidade de vida por meio de seu poder de ressurreição. De modo semelhante, a Santa Ceia é uma expressão de unidade. Quando compartilhamos os mesmos elementos, compartilhamos aquilo que simboliza – Cristo, por quem somos um. Nossa comunhão na terra celebrada na ceia, é uma antecipação da comunhão celestial que teremos quando o símbolo der lugar ao significado.

Uma outra expressão de nossa unidade em Cristo é nossa profissão de fé em comum – um conjunto de crenças essenciais, ao qual se refere corretamente como “cristianismo essencial”. Essas crenças, que têm sido sistematizadas nos credos da igreja cristã formam a base de nossa unidade como corpo de Cristo. O conhecido pensamento continua ecoando: “No essencial, unidade; no que não é essencial, liberdade; e em todas as coisas, caridade”.

Com a comunhão e a profissão de fé, experimentamos a unidade por meio da contribuição de nosso templo, talento e tesouros. A questão que deveríamos fazer não é “o que a igreja pode fazer por mim?”, mas “o que posso fazer pela igreja?”. A tragédia do cristianismo moderno é que quando os membros do corpo se machucam, com frequência nós os afastamos para buscarem ajuda fora das paredes da igreja. É exatamente por isso que o apóstolo Paulo nos exorta: “compartilhem  o que vocês têm com os santos em suas necessidades.” (Rm 12.13a).

Finalmente, uma igreja saudável e bem equilibrada é comprometida em preparar os crentes para serem testemunhas efetivas naquilo em que creem, por que creem e em quem eles creem.Na grande comissão, Cristo não chamou os crentes para simplesmente converterem outras pessoas, mas para fazerem discípulos (Mt 28.19). Um discípulo é um aprendiz ou seguidor do Senhor Jesus Cristo. Portanto, devemos estar preparados para transmitir aquilo em que cremos. Em outras palavras, devemos estar preparados para transmitirmos o evangelho. Se os cristãos não sabem compartilhar sua fé, nunca passaram pelo treinamento básico. O evangelho de Cristo deve se tornar parte de nosso vocabulário de modo que apresentá-lo se torne natural.

Também devemos estar preparados para partilhar por que cremos naquilo em que cremos. Como Pedro declarou, devemos “[estar] sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que [nos] pedir a razão da esperança que há em [nós]” (1Pe 3.15). Muitos hoje acreditam que a tarefa da apologética é domínio exclusivo de estudiosos e teólogos. Nem tanto! A defesa da fé não é opcional; é treinamento básico para todo cristão. Além de estarmos preparados para transmitir o “o que” e o “por que” de nossa fé, devemos estar capacitados para transmitir o "quem” de nossa fé. Praticamente toda heresia teológica começa com uma concepção errônea na natureza de Deus. Portanto, em uma igreja saudável e bem equilibrada, os crentes são preparados para transmitir doutrinas gloriosas da fé como a trindade e a deidade de Jesus Cristo. É fundamental que nós, como a igreja primitiva, entendamos mais plenamente o conceito bíblico de sacerdócio de todos os crentes. É evidente que não se trata do chamado do pastor para fazer a obra do ministério sozinho. Ao contrário, o pastor é chamado para “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo  de Cristo até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef.4.12-13)

Resumindo, sabemos que encontramos uma boa igreja se Deus é adorado em espírito e em verdade por meio da oração, do louvor e da pregação da palavra; se a unidade que partilhamos em Cristo se manifesta de modo tangível na comunhão, na profissão de fé e na contribuição; e se a igreja prepara seus membros como testemunhas que transmitem o que creem, por que creem e em quem creem!

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir do pão e nas orações.(At 2.42)

Texto: Hank Hanegraaff; O livro de Respostas Bíblicas; ed. CPAD 2011

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